Generosidade, teu nome é mulher

Esposa	Desde que o mundo é mundo que este ser tem sido relegado ao  segundo plano, à somenos importancia. Os trabalhos mais indignos e as tarefas menos sofisticadas lhe foram dadas como sacerdócio. Do véu ao soutien (sutiã), sua natureza tem sido diminuída, escondida, reprimida, humilhada e porque não dizer violentada ao longo da história da humanidade. Mas apesar de todo esse desprezo e de toda essa “manobra social” para pô­las abaixo de qualquer dignidade, a própria natureza lhe concedeu posição fundamental na vida; afinal, é ela antes de tudo a fonte da vida e da sobrevivencia humana. Convenhamos, todo machão, valentão, herói ou bandido, político ou artista, patrão ou estadista, ícone ou anônimo, um dia, teve uma mãe.
Aliás, esta é outra cruel ditadura a que as mulheres tem sido submetidas historicamente, “nasceram para habitar as cozinhas e as salas de parto”, pensam os homens com pensamento mediano. Mas uma revolução silenciosa e inteligente vem acontecendo no mundo inteiro e os seus resultados são notórios e duradouros. Como explicar que de um momento para outro o “Sexo frágil” tenha alcançado tantos degraus na sociedade como um todo? Olhe ao seu redor, quantas mulheres hoje ocupam vagas que eram tradicionalmente masculinas? Motoristas de ônibus, policiais, delegadas, operadoras de tratores, jogadoras de futebol profissional, pedreiras, pintoras, deputadas, governadoras e finalmente, no Brasil de todos nós, elegemos uma mulher para o cargo máximo do executivo! É bem provável que voce que está lendo este texto agora, tenha, ou já teve um chefe mulher.	Mama e maninhas
Eu e minha filha	Essa resposta é complexa e tem muitas formas de ser explicada, mas com um exemplo simples é possível entender os caminhos da “redenção” social e cultural feminina e ela está bem do nosso lado, no bairro em que moramos: Dê um rolé em sua vizinhança num sábado à tarde, ou mesmo durante a semana a cada noite, verifique, quem lota os barzinhos e quitandas? Quem está na roda de bebida ou de dominó? Quem enche as casas que exibem partidas de futebol e outros esportes arrebatadores? Os homens! Essencialmente, os homens… Agora, dê uma olhada nos cursinhos, nas escolas técnicas, nos cursos profissionalizantes, nas faculdades, nos preparatórios para concursos… Já faz tempo que as meninas não lotam apenas as academias e os shopings. Inteligentes que são, as mulheres perceberam que a melhor maneira de se sobressair no mundo fechado dos homens, era justamente adquirindo o que mais lhe negaram: Formação acadêmica e qualificação profissional. Pesquisas dizem que em média as mulheres tem de  6 a 10 anos a mais de estudos em relação aos homens. Infelismente do outro lado da mesmo moeda está o fato de que na maioria das empresas, paga­se menos para a mulher que ocupa mesmo cargo que um homem, simplesmente porque ela é mulher, ainda que tenha maior formação escolar. Continuando em sua trajetória de contradizer, de contrapor de superar, a mulher, mesmo assumindo novos postos sociais, econômicos e profissionais, não abandonou a família, o marido e os filhos. Consegue com maestria, comandar um batalhão da polícia militar e administrar os filhos e o marido, mantendo o lar em ordem e feliz. Consegue ser ao mesmo tempo guerreira e mãe, eficiente e carinhosa, conquistadora voraz e mantenedora doce. Ahhh… quase ia esquecendo… em meio a toda essa luta, ainda tem forças para superar os erros, as bobagens e os deslizes de maridos, filhos, namorados, primos e amigos, todos homens, que vira e meche querem lhe reduzir ao que nunca deveriam ter sido. No final, ainda nos amam, nos perdoam, nos querem. Por muito tempo eu não entendia isso nas mulheres; pensei até que fosse burrice, mas compreendi finalmente que se trata de generosidade… e que generosidade pode muito bem ser chamada por outro nome: m u l h e r! Isso mesmo, generosidade, teu nome é mulher. Feliz dia internacional das mulheres. Ribamar Costa – 18/02/2011 http://diáriodeumleiturista.wordpress.com